Quarta-feira de cinzas, 18, foi o primeiro dia da quaresma e da Campanha da Fraternidade (CF), que em 2015 tem como tema Fraternidade: Igreja e Sociedade. O lema extraído do Evangelho de Marcos (10, 45) “Eu vim para servir”, deve provocar atitudes concretas nos cristãos, disse o arcebispo dom Wilson Tadeu Jönck na Missa de Cinzas na Catedral Metropolitana de Florianópolis.
Dom Jönck, que também é presidente do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ponderou que os cristãos também vivem na sociedade e precisam contribuir para seu constante aperfeiçoamento.
— Se nós cristãos vivermos com coerência aquilo que nos ensina o evangelho em atitudes e caridade nós tornaremos essa sociedade melhor —, disse.
Para ele, o cristão na condição de cidadão deve participar da política através, por exemplo, dos conselhos de direitos para poder dialogar com as outras organizações da sociedade e apresentar propostas coerentes com o evangelho.
Em Joaçaba, dom frei Mário Marquez, vice-presidente do Regional Sul 4, lembrou que a relação “Igreja e Sociedade” sempre foi uma prioridade da Igreja. Ele também recordou que o Concílio Vaticano II disse: “a missão da Igreja é tornar o Reino de Deus presente no mundo”.
— É preciso que a Campanha da Fraternidade nos ajude a sermos cristãos atuantes na sociedade, testemunhas da vida de Cristo, servidores de todos —, analisou.
A Missa de Cinzas em Criciúma também referiu-se à Campanha da Fraternidade. De acordo com dom Jacinto Flach, é preciso que o cristão leve à sério a quaresma “participando das liturgias, dos grupos de famílias e reflexões da Campanha da Fraternidade, sempre com o coração aberto a viver e praticar a caridade”.
O bispo diocesano contextualizou que os valores do evangelho chamam o cristão a “ser uma luz em nossa sociedade, onde tantas vezes o lucro econômico é mais importante que o amor e a doação”.
Em Caçador, dom Frei Severino Clasen divulgou nota. “Queremos uma vida fraterna, tanto na Igreja quanto na sociedade. Chega de violência, mortes estúpidas e corrupções”, diz um trecho.
Ele acrescentou que o cristão deve refletir sobre o que pensa e como age “para que a fraternidade aconteça na Igreja e na sociedade”.
Dom Clasen ainda apontou para gestos concretos nesta quaresma, tais como rezar, avaliar, estudar, celebrar a vida pessoal, familiar e comunitária e também o engajamento social, como o apoio a campanha de assinaturas do projeto de lei de iniciativa popular por reforma política que tem apoio da CNBB, da OAB e de outras 98 entidades.
A Campanha da Fraternidade termina em quarenta dias, no Domingo de Ramos, com a coleta da solidariedade, cujos recursos custeiam projetos sociais e comunitários de formação e geração de renda ao redor do país.