Policiais Rodoviários Federais foram responsáveis pela remoção dos invasores (Foto: Elizete Antunes)

Os quatro invasores que ainda estavam da aldeia Itaty, no Morro dos Cavalos, em Palhoça, SC, foram de removidos hoje, 16h, pela Polícia Rodoviária Federal, por ordem da Justiça Federal. Eles haviam chegado, ontem, com mais de dez veículos e uma mudança. Entre ameaças, exigiram a saída dos indígenas.

Atendendo ao Ministério Público Federal, o juiz federal Eduardo Didonet Teixeira decidiu afastar a posse requerida pelo Nedison José Fernandes “reconhecendo, na fundamentação, a posse do povo indígena sobre referida área”. Fernandes era o proprietário de uma das casas, pela qual recusa a indenização oferecida pela FUNAI.

Servidores da autarquia temiam que a permanência dos não índios pudesse servir de estímulo a outras ações violentas contra a comunidade indígena envolvida, citou o magistrado no despacho.

De acordo com Osmarina Oliveira, do Conselho Indigenista Missionário, o organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil vê com preocupação este ataque aos Guarani. “Para nós, essa invasão foi incentivada pela matéria do Diário Catarinense do dia 30”. Eles preparam uma nota para explicar os fatos à população.

No momento da invasão, Fernandes invocou a CPI contra a FUNAI na Câmara Federal e as informações do periódico, que considera a demarcação é ilegal.

A cacica Kerexu Yxapyry (Eunice Antunes) acredita que existam interesses políticos e econômicos por trás dos ataques “bem maiores que os dos moradores na Terra Indígena, estão todos mancomunados.”.

Este é o mais recente episódio de violência registrado este ano na aldeia, em uma série de atentados e ameaças que acontecem há pelo menos três anos.

No último evento, há dez dias, um desconhecido proveniente da mesma área da casa invadida disparou dez tiros contra a escola indígena e casas do entorno. Antes de desaparecer, ameaçou de morte Kerexu.