Segunda-feira, 22, antes que o Papa pousasse em solo carioca, o que aconteceu próximo das 16h, a cidade seguia a preparação para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a ser aberta oficialmente amanhã as 18h, na missa com dom Orani João Tempesta, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Quem caminhasse pela orla de Copacabana veria as preparações finais do palco e altar próximo ao posto 5. Ao longo da Avenida Atlântica, os cenários para a via-sacra apenas esperam a apresentação do dia 26.
O Forte de Copacabana, no final da avenida, é a sede de um dos Centros de Mídia da Jornada. Ali acontecem as entrevistas coletivas com a imprensa. Hoje, no final da manhã, o arcebispo e o prefeito da capital, Eduardo Paes recepcionaram os jornalistas. Dom Orani apresentou tópicos sobre a jornada e destacou que o evento é uma contribuição da Igreja e dos jovens para “um mundo mais justo, fraterno e solidário”.
O prefeito Eduardo Paes, lembrou que este é o terceiro evento de massa que a cidade recebe consecutivamente. Antes aconteceu a Rio +20 e a Copa das Confederações. Segundo ele, Rio de Janeiro é uma cidade que recebe a todos de braços abertos. Em relação à JMJ, ele disse que é oportunidade para mostrar os desafios, qualidades e também mazelas da cidade.
Cinco jovens, representando os cinco continentes, também falaram. Eles contaram experiências que tiveram em jornadas anteriores e do caminho até esta. O professor e estudante moçambicano Crespim pediu aos colegas de escola que pagassem sua inscrição e passagens. Em troca disso, trabalhará um ano sem receber o salário para devolver o dinheiro.
Enquanto isso, metrôs e ônibus lotados chegavam ao centro da cidade levando os peregrinos e fiéis cariocas. Eles foram até as ruas pelas quais passaria o Papa Francisco. Grande parte dirigiu-se para a Catedral. Ali Francisco embarcou no Papa Móvel e seguiu para o museu municipal, para uma primeira parada.
Ao longo do caminho, os voluntários da JMJ formaram um cordão de isolamento para ajudar na segurança. A voluntária Vanessa Guardia, de Paulo Afonso (BA), ainda não sabia o que pensar sobre a experiência inesperada, segundo ela.
— Estou meio avoada ainda. Foi um grande presente. Quando eu fiz minha inscrição como voluntária sem imaginar que isso pudesse acontecer — contou.
A arquiteta Mariana Pamplona, que participa do Movimento Emaús de Florianópolis, também sentiu-se presenteada, mas pelo seu namorado Murilo Martins Costa, que segurou-a nos ombros para que visse o Papa de uma altura privilegiada. Ela emocionou-se ao lembrar a experiência de minutos atrás.
— Não consigo nem falar. Eu vi até o anel do Papa. Me levantar no meio da multidão foi o melhor presente que o meu namorado poderia me dar — declarou.
Eles terão que voltar sexta-feira para Santa Catarina por causa da pós-graduação, mas o seu grupo de cerca de 70 pessoas continua até o domingo, quando se saberá o país-sede da próxima jornada. Como os outros peregrinos, eles voltaram para o alojamento felizes em participar do evento histórico.
Bandeiras, palavras de ordem e canções em diversos países espalharam-se em direção aos ônibus e ao metrô, que levaram os peregrinos para descansar. A Jornada ainda está para começar.