Primeiro Fórum das Pastorais Sociais, ocorreu em Lages (Foto: Marcelo Luiz Zapelini/Agência Sul 4)

O Fórum das Pastorais Sociais de Santa Catarina criou uma equipe de articulação da Pastoral do Migrante em Santa Catarina, ontem, 12, em reunião realizada em Lages. O grupo de cinco também planejará estratégias para capacitação de agentes locais, que atuarão junto aos migrantes.

A primeira reunião, que inclui o padre Luciano dos Santos, secretário-executivo do Regional Sul 4 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), está marcada para 1º de setembro. O secretário-executivo destacou que a organização da Pastoral do Migrante está prevista no Plano Regional de Pastoral, aprovado ano passado. Como lembrou, esta iniciativa é essencial porque é crescente número de migrantes que chegam ao estado de Santa Catarina. O plano prevê parcerias com a sociedade civil organizada e com o Estado.

O Fórum definiu um equipe de organização da Romaria da Terra, agendada para o segundo domingo de setembro de 2017. O grupo formado por representantes da Comissão Pastoral da Terra, Conferência dos Religiosos do Brasil, Pastoral da Juventude e dos movimentos sociais participará de uma reunião com  dom o bispo diocesano, atual Presidente do Regional Sul 4, dom João Francisco Salm, em julho.

O Fórum das Pastorais Sociais também distribuiu as vagas subsidiadas para o fórum sobre mudanças climáticas da Região Sul do Brasil em Criciúma, 02 a 04 de junho. Além da Comissão Pastoral da Terra, do Conselho Indigenista Missionário e da Pastoral Afro, outras sete pastorais enviarão representantes. O Regional Sul 4 da CNBB, a Cáritas Santa Catarina, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e a UNESC lideram a articulação do fórum no estado.

Análise de conjuntura

No momento em que a Presidenta Dilma Rousseff era substituída pelo vice Michel Temer, devido ao processo de impedimento que tramita no Senado, o educador popular Ernesto Puhl, lidado à Frente Brasil Popular, analisava que golpes de estado ocorreram nos momentos em que a renda do trabalhador estava em ascensão. Essas mudanças de regime foram seguidas de desvalorização do salário-mínimo. Para ele, o fato se repete agora.

— Sabemos que haverá corte de direitos, sabemos que haverá ofensiva contra os movimentos sociais organizados e contra todos os que estarão no enfrentamento a esse projeto. Haverá represálias, repressão para cima de nós —, anteviu Puhl em sua análise de conjuntura, na abertura do Fórum.

Segundo o educador, os movimentos sociais manterão as mobilizações nas ruas, enquanto tentarão dialogar com a sociedade em atividades culturais e debates nas praças, universidades e outros ambientes. O objetivo é denunciar o momento político, que consideram de golpe contra Dilma.

Yuri Amaral, que representou a Pastoral da Juventude nas conferências conjuntas, em abril, apresentou sua percepção nos cinco dias de debates entre sociedade civil e governo sobre como devem ser as políticas públicas para direitos humanos, criança e adolescente, pessoa idosa, pessoa com deficiência e população LGBT.

Ele lamentou que a participação das pastorais e dos movimentos sociais tenha deixado a desejar. “Eu confesso que me surpreendi como a gente era minoria. Na Conferência do Idoso, por exemplo, se houvesse quinze pessoas com a camiseta da Pastoral da Pessoa Idosa seria muito”. No seu cálculo, um em cada quatro participantes usava camiseta em apoio ao deputado Jair Bolsonaro (PSC) para Presidência da República. “Na conferência LGBT não houve esse problema”, brincou.

— Na Conferência da Criança e do Adolescente, o companheiro do MST foi vaiado ao fazer a análise de conjuntura. “Volta pro tema, volta pro tema”, gritavam eles. Como que se vai discutir políticas públicas sem uma análise do momento? —, questionou.