A Pastoral Familiar Nacional reuniu seus agentes no 13º Congresso Nacional nos dias 19, 20 e 21 de agosto de 2011, na cidade de Belo Horizonte em Minas Gerais. Aconteceram palestras, debates e painéis, cujo tema foi “Família, Pessoa e Sociedade” e o lema “Somos cidadãos e membros da família de Deus”.

Uma das palestras foi proferida pela a médica Maria Inês de Castro Millen doutora em ciência da religião e teologia, sobre as tendências atuais que, em sua opinião, desconstroem o individuo e a família. Ela citou sua pesquisa, realizada em 2002, com 500 universitários, aos quais perguntou “Qual seria seu decálogo (dez mandamentos) se você fosse Deus?”. No resultado, o quarto mandamento seria “Ser família é coisa do passado”.
Em outra palestra, o padre João Batista Libanio, jesuíta e professor de teologia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), descreveu o que ele chamou de “torpedos” que minam as famílias. Para ele, a Pastoral Familiar deve ensinar as pessoas a relacionarem-se.

– Vivemos em uma sociedade fragmentada, quebrada por dentro, e nós precisamos organizar os caquinhos em mosaicos bonitos – sugeriu.

A psicoterapeuta doutora Renate Jost de Moraes, criadora do Método Abordagem Direta do Inconsciente/Terapia de Integração Pessoal (ADI/TIP), falou sobre a família a partir desse método. Segundo seus estudos, além da dimensão física e psíquica, há também a dimensão espiritual, igualmente importante e que se manifesta já desde a concepção. Na sua tese, ela defende que o equilíbrio individual acontece com a retomada do “eu” sadio, adquirido no ventre materno.

Dom João Carlos Petrini, membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, afirmou que a mentalidade reducionista que hoje está instalada na sociedade empobrece a pessoa.

– Vivemos em um mundo que é deserto de amor. Não se sabe mais amar – disse o bispo.

Ele avaliou ainda, que hoje se vive relações descartáveis onde o amor é transformado em um relacionamento superficial, onde não entra a opção da doação pelo outro e para o outro.

– O exemplo de Cristo que diz “este é o meu corpo que dou por você” como é um modelo a ser seguido pela pessoa e pela família – emendou.

Outra palestra foi realizada por dom Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal para o Laicato e nomeado bispo da diocese de Caçador (SC). Ele pontuou que o trabalho da Pastoral Familiar não pode acabar.

– É preciso tomar cuidado para que o trabalho pastoral não se torne um movimento, sob o risco de tornar a pastoral um objeto – ponderou.

Dom Clasen também afirmou que as famílias têm dificuldade em exercitar o amor, palavra cujo significado está bastante desgastado.

– O casal cristão não pode entregar-se às coisas deste mundo, às futilidades passageiras e ao trabalho desmedido, mas precisam dar mais atenção às coisas que não passam – disse.

De Santa Catarina participaram 15 representantes da arquidiocese de Florianópolis e das dioceses de Chapecó, Rio do Sul, Blumenau, Criciúma e Joinville. Entre eles, o casal coordenador regional da Pastoral Familiar, Volnei e Marivone Exterkoetter.