"Levarei comigo toda a Igreja de Santa Catarina" (Foto: Arquivo pessoal)

“Levarei comigo toda a Igreja de Santa Catarina” (Foto: Arquivo pessoal)

A jornalista Fabíola Goulart, coordenadora estadual de comunicação social da Renovação Carismática Católica (RCC) em Santa Catarina, bem humorada, diz esperou os seus 26 anos de vida, “sem saber disso”,  pelo momento de trabalhar como voluntária da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Brasil. Para realizar o sonho, ela precisou tomar decisões cruciais, como deixar oportunidades de trabalho de lado e preparar pessoas para substituí-la na RCC. Com o apoio integral da família, ela avalia que está preparada para o desafio que assumiu. Além dos aspectos religiosos do evento, vê que a JMJ é uma oportunidade de chamar atenção das autoridades para a luta pela dignidade e a defesa dos direitos dos jovens. Nesta entrevista, concedida via Facebook ao CNBB Sul 4 Notícias, Fabíola fala sobre as alegrias e as perspectivas em relação a sua aventura que começa já no sábado, 16 de janeiro, quando deixa Florianópolis, onde vive, para o Rio de Janeiro. Só em agosto, quando já estiver em casa, voltará a pensar no seu futuro profissional.

— Fabíola, qual será sua função neste voluntariado junto ao Comitê Organizador Local [COL] da JMJ Rio 2013?
Sou voluntária do Setor de Comunicação e, a princípio, vou trabalhar como jornalista.

— Porque você decidiu por essa tarefa em especial?
— Acredito que a comunicação em minha vida, marcada pela minha profissão de jornalista, é um grande dom de Deus. E é com ela que me sinto chamada a trabalhar na Igreja. Duas coisas sempre marcaram o meu apostolado: a comunicação e a juventude. Neste tempo de preparação para a JMJ, me sinto preparada e bem-aventurada por causa de tudo que vivi em meu grupo, paróquia e diocese. Parece que a minha vida toda eu esperava por este momento, mesmo sem saber disso conscientemente [risos].

— Como se sente em contribuir com a JMJ Rio 2013?
— Muito feliz e realizada como jovem católica. Muitos gostariam de estar lá no Rio já trabalhando para a JMJ e eu tenho essa oportunidade. Por isso, outro sentimento é o de responsabilidade e zelo por essa missão. Mas claro que já me sentia contribuindo na minha vida pastoral, no grupo que faço parte, na minha paróquia, no Setor Juventude [Arquidiocesano], ao falar da JMJ para todos que eu conhecia. Tudo isso também é contribuir. A única coisa que mudou foi o local da missão. Levarei comigo toda a Igreja de Santa Catarina e espero também ajudar no fluxo de informação sobre a Jornada para os jovens daqui.

— Você já parte em missão no dia 16 de janeiro. É muito tempo. Como isso interfere na sua vida cotidiana, trabalho, família, amigos, namorado, comunidade?
— Tive que fazer uma escolha e optei por este chamado. Deixei oportunidades de emprego, família, amigos e a minha comunidade em favor de uma oportunidade única, de um sonho em meu ministério laical na Igreja. Minha família me apoia nessa decisão e está preocupada em dar todo o suporte necessário para mim. Estou preparando pessoas para assumir meu lugar no movimento ao qual faço parte para que nada pare na minha ausência. Sofri um pouco, mas a alegria supera tudo. Conheci algumas pessoas do COL no ano passado e meu namorado mora no Rio, então também não estou indo para uma cidade completamente estranha e há pessoas que me ajudarão no processo de adaptação. Neste período ficarei hospedada numa casa de família que se cadastrou como casa de acolhida dos voluntários para a JMJ. Já comecei a conversar com a família e estamos todos bem empolgados. Vou deixar pra pensar do que será da minha vida depois da JMJ só em agosto. Agora a prioridade é essa. Sei que não será fácil, mas é isto que desejo, que quero e que vou fazer. Acredito que tudo deve ocorrer de acordo com a vontade de Deus e me entrego livremente a Ele com confiança.

— O que você espera da JMJ deste ano em relação a juventude brasileira para além evento?
— Acredito que será algo que marcará a sociedade brasileira. Desde a Semana Missionária, quando os jovens do mundo todo estarão em nossas dioceses e cidades. O testemunho desta juventude que se levanta para gritar “Eis-me aqui, envia-me”, vai fazer a diferença, especialmente para mostrar um rosto jovem da Igreja. Acredito também que a JMJ, bem como a CF 2013, deve chamar atenção das autoridades e lideranças do setor público e político brasileiro na maneira como a juventude é tratada e vista na sociedade; o que pode gerar muitos frutos em defesa da vida plena dos nossos jovens, a luta pela sua dignidade e em defesa dos seus direitos. Será um momento histórico que seremos testemunhas e protagonistas.