A Igreja no Brasil lançou nacionalmente, em 1º de outubro, com uma missa no Santuário de Aparecida (SP), o Mês Missionário Extraordinário. A santa missa, com início às 9h, foi presidida pelo bispo de Chapecó (SC), dom Odelir José Magri, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O mês Missionário Extraordinário foi proclamado pelo Papa Francisco com o objetivo de despertar as pessoas para a missionariedade. Todo o mês será voltado para a reflexão do tema ‘Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo’. A pedido do presidente da celebração, os fiéis ecoaram em uníssono o tema pelo santuário.

O reitor do Santuário de Aparecida, padre Eduardo Catalfo, lembrou o pedido insistente do Papa Francisco para uma Igreja em saída, destacando que o compromisso deve ser o de anunciar a alegria do Evangelho. “O Papa vê com muita clareza que a Igreja precisa ser mais missionária, principalmente no sentido de sair do seu conforto. A Igreja precisa alcançar aquilo que ele chama de periferias existenciais, pessoas que estão à margem do anúncio do Evangelho”, disse.

Dom Odelir Magri, presidente da Comissão para Ação Missionária da CNBB. Fotos: Assessoria de Comunicação do Santuário Nacional de Aparecida (SP).

“Ninguém é inútil a Deus” – Dom Odelir, em sua homilia, lembrou que o Papa Francisco convocou a Igreja no mundo a viver, em outubro de 2019, um tempo extraordinário de missionariedade. A celebração do mês também vai marcar os 100 anos da carta apostólica Maximum Iludi, de Bento XV. A carta publicada em 30 de novembro de 1919, trata da ação missionária da Igreja no mundo.

O presidente da Comissão para a Ação Missionária da CNBB reforçou ser necessário exercer a missão com alegria. “Sem alegria, não se atrai ninguém”, disse em referência a uma frase do Papa Francisco. Para dom Odelir cada batizado é uma missão. “Quem ama põe se em movimento, sente-se impelido para fora de si. Para o amor de Deus ninguém é inútil e insignificante. Cada um de nós é uma missão no mundo porque é fruto do amor de Deus”.

O bispo reforçou que a missão começa no coração, se faz com os pés de quem parte, com os joelhos de quem reza e com as mãos de quem ajuda. “A missão nasce no coração e torna-se partilha de um novo horizonte”, disse.

Para dom Odelir, a nossa imperfeição não deve ser desculpa para nosso comodismo. “O Papa Francisco nos interpela a não darmos desculpas ‘esfarrapadas’ diante dos desafios da missão. A missão é um estímulo constante para não ficarmos na comodidade e continuarmos crescendo. Não deixemos que nos roubem o entusiasmo e a força missionária”, concluiu.

Em sua exortação, dom Odelir fez referência à Santa Terezinha do Menino Jesus, cujo dia é celebrado também no 1º de outubro, para reafirmar a importância da oração para a missão. O bispo lembrou também do padre italiano Ezequiel Ramin, missionário comboniano, que na década de 80 veio ao Brasil e tornou-se mártir da causa indígena e da luta pela terra na Amazônia.

“Eles representam homens e mulheres que são fermento na massa e que lutam pela defesa da vida e pelo planeta terra nossa casa comum”, disse. Dom Odelir lembrou também da feliz coincidência anunciada pela Papa entre a realização, em outubro deste ano, do Mês Missionário Extraordinário e do Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia.

Citando o Papa Francisco, dom Odelir afirmou que a “a ação missionária é o paradigma de toda obra da Igreja”. O bispo saudou as experiências missionárias da Igreja no Brasil como o projeto Igreja Irmãs, os projetos missionários tocados pelos regionais da CNBB, as experiências missionárias além fronteiras na África, no Timor Leste e no Haiti, a organização dos conselhos missionários e o Programa Missionário Nacional, aprovado pelos bispos na 57ª Assembleia Geral da CNBB, que em suas palavras será “um impulso à caminhada missionária no Brasil”.

Por CNBB.