Ir até alguns fiéis para cumprimentá-los durante o ato de posse como bispo em Caçador, ontem (4), foi um dos gestos simbólicos que dom Severino Clasen, usou para demonstrar o que pensa. Segundo disse no início da celebração, o povo é alegria de Deus. Ele desceu do presbitério, ainda mais uma vez, levando consigo os padres que estavam ao seu redor durante a homilia.
– Nossa missão não deve ficar apenas no altar. Mas, deve sempre partir do altar para irmos ao encontro do povo – disse, antes de pedir que o acompanhassem até o corredor.
Esses atos não foram surpresa para os leigos e padres que vieram da diocese de Araçuaí, em Minas Gerais, para despedir-se do bispo que consideram um amigo. A fonoaudióloga Aline Sena Carmona, 36 anos, disse que em seis anos à frente da diocese, ele fez muitas inovações através do seu jeito franciscano, como ela descreveu.
– Dom Severino tem um espírito missionário e empreendedor, que levou uma diferença muito grande a nossa região – disse Aline à Agência Sul 4 de Notícias.
O padre Márcio Martins Rosa, que trabalha em Caçador, avaliou que o gesto de ir com os padres até o meio do povo durante a celebração foi uma forma de demonstrar o objetivo da Igreja diocesana.
– Ele também quis indicar qual a razão da nossa consagração enquanto padres, que é estarmos ligados, estarmos direcionados a todo povo de Deus – disse à reportagem.
Para padre Márcio, os gestos representaram suas primeiras palavras durante a celebração.
– A nossa missão enquanto igreja é evangelizar. É estar próximos do povo. É nos preocupar com a vida digna para todos. Então o gesto de dom Severino é carregado de todo simbolismo, muito rico e muito importante – afirmou o padre.
Padre Gilberto Tomazi, pároco em Pinheiro Preto, disse que dom Severino apontou para uma aproximação da igreja com as pessoas.
– Ele demonstrou um pouco a perspectiva popular de misturar a igreja com o povo, de não ficar uma coisa separada. Ficou interessante o rito de aproximar o clero com o povo da igreja. O ritual sinaliza para uma aproximação maior com a perspectiva da libertação – avaliou.
Marcelo Luiz Zapelini