“Alegrai-vos! Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão.” (Mt 28, 9-10)
Esta foi a notícia mais importante da noite da Vigília Pascal, trazida do céu por um Anjo às mulheres que, ao amanhecer do primeiro dia da semana, foram ao sepulcro.
“A ressurreição de Jesus é a verdade culminante de nossa fé em Cristo, crida e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento, pregada juntamente com a cruz, como parte essencial do mistério pascal.” (CIC 638)
Cristo Ressuscitou! Cristo está vivo! Cristo está vitorioso em nosso meio! Por isso, as mulheres que foram ao túmulo ouviram do Anjo: “Não tenhais medo. Não está aqui; ressuscitou!” (cf. Mt 28, 5-6). Hoje conquistamos um direito fundamental, que nunca nos será tirado: o direito de ter esperança. “A esperança não decepciona. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Podemos dizer que o anúncio pascal é um anúncio de esperança. É uma esperança nova, viva, que vem de Deus. Não é um mero otimismo, pois a esperança que Jesus nos traz é capaz de transformar os sinais de morte em vida. Ele faz sair do túmulo a vida. Por isso, Ele é a certeza nas nossas incertezas. É a Palavra nos nossos silêncios e faz com que a cruz, que inicialmente era sinal de morte, desague na ressurreição e na vida. Desta forma, a Ressurreição de Jesus, a Páscoa, torna-se a maior festa litúrgica e a mais importante verdade da nossa fé.
Através da Ressurreição de Cristo dá-se a recriação e salvação da humanidade. Através dela nos tornamos a nova família de Deus, tornamo-nos consanguíneos de Cristo. Tudo aquilo que se realizou em Cristo deve ser realizado em nós, ou seja, por estarmos inseridos em Cristo pelo Batismo também nós passamos da morte para a vida, do pecado para a Graça. Este simbolismo do renascimento e da vida nova acontece conosco na noite Santa da Vigília Pascal, porque é a noite em que o Espírito Santo de Deus renova a face da terra. Ao abençoar a água batismal, utilizada para os batismos no tempo Pascal, o sacerdote mergulha o Círio na água três vezes, símbolo do Cristo ressuscitado, com a súplica: “Pai, pela obra de Teu Filho, desça nesta água a força do Espírito Santo, para que todos os que nela forem batizados, sepultados com Cristo na morte, com Ele renasçam para a vida imortal”. É a noite em que se cumprem as palavras de Cristo: “Quem crer em mim, do seu interior correrão rios de água viva!” (cf. Jo. 7,38).
Oremos ao Espírito Santo, a fim de que faça das nossas comunidades lugares onde se possa receber e praticar a vida nova, as obras de solidariedade e de comunhão, lugares onde as liturgias sejam um encontro com Deus, que se torna comunhão com os irmãos e irmãs, lugares que sejam portas abertas para o encontro verdadeiro com Cristo Ressuscitado.
Por Dom Onécimo Alberton - Bispo da Diocese de Rio do Sul | Foto: Jaison Alves da Silva