Dom Magri e funcionários da diocese também estudaram plano diocesano (Foto: Daiane Servo/Diocese de Choapecó)

O bispo de Chapecó, dom Odelir José Magri, voltou a defender hoje, 11, a reforma política, em reunião com a equipe e a administração diocesana. Para ele, este momento de “turbulência” e de manifestações populares abre espaço para a discussão do projeto “abraçado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)”.

— Como cristãos não podemos deixar de acreditar na democracia em qualquer lugar do mundo —, disse dom Magri, por isso  não devem “sentir-se indiferentes, mas parte deste processo”.

O bispo também explicou que o objetivo é obter 1,5 milhões de assinaturas para que a proposta possa entrar em tramitação no congresso nacional.

O projeto de iniciativa popular da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, que inclui a CNBB, a Ordem dos Advogados do Brasil e outras 103 entidades, tem como pontos principais a proibição do financiamento de campanha por empresas e adoção do “Financiamento Democrático de Campanha”; eleições proporcionais em dois turnos; paridade de gênero na lista pré-ordenada; fortalecimento dos mecanismos da democracia direta com a participação da sociedade em decisões nacionais importantes.

Manifestações

O esquema de corrupção na Petrobras, que envolve 54 denunciados pelo Procurador Geral da República, a partir da “Operação Lava Jato”, da Polícia Federal, motiva duas grandes manifestações previstas para 13 e 15 de março.

A primeira, organizada pela CUT e o MST, visa defender a estatal contra  ataques especulativos e os direitos trabalhistas ameaçados por medidas provisórias.

Dois dias depois, grupos de direita, empresários e partidos de oposição sairão às ruas com uma pauta ampla que incluiu “impeachment” da Presidenta Dilma, a privatização da Petrobras, fim de políticas públicas e intervenção militar.

Em um comunicado, dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da Conferência dos Bispos, informou, dia 3, que a entidade não toma partido em relação às propostas dos responsáveis das manifestações, mas considera-as legítimas desde que “transcorram em clima de respeito à pessoa humana, aos bens públicos e particulares”.