“Nada justifica a divisão entre os cristãos”, avaliou dom Wilson Tadeu Jönck, Presidente do Regional Sul 4 (Santa Catarina) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, ao falar sobre a importância do trabalho ecumênico entre as igrejas em Santa Catarina. Este foi um ponto de pauta da reunião do Conselho Regional de Pastoral , 05 de março, em Rio do Oeste.
Ele explicou que o Concílio Vaticano II foi inspirado pelo espírito da unidade, por isso foi ecumênico. Embora que, ainda hoje, a necessidade de diálogo permaneça, há uma “perspectiva de diálogo começando com a própria proposta do papa Francisco”, ponderou. Dom Jönck acrescentou que por meio da Palavra de Deus, é possível “dialogar muito bem”.
A limitação atual do trabalho ecumênico, do ponto de vista institucional, se reflete no Conselho de Igrejas para Estudo e Reflexão (CIER, antes chamado Conselho de Igrejas para o Ensino Religioso). No auge, foi integrado por 12 igrejas em nível de comunhão regional, atualmente são duas, Católica e Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
— Por algumas divisões, o CIER deixou muito a desejar—, avaliou padre Raul Kestring, coordenador da Comissão Regional Ecumênica e Diálogo Inter-religioso. “O povo já é ecumênico, nós que atrapalhamos, por vezes”, acrescentou.
Para melhorar a situação, as dioceses se comprometeram em garantir a participação de delegados no seminário de preparação da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e no Mutirão Ecumênico, em Florianópolis. Além disso, deverá haver implantação e a animação das Comissões Diocesanas para o Diálogo Ecumênico e Inter-religioso.
Padre Kestring destacou que a nomeação de delegado diocesano para as questões ecumênicas é essencial. Entre outras atribuições, além de promover o ecumenismo, ele representa a comunidade católica nas relações com outras Igrejas e comunidades eclesiais e seus dirigentes.
A expectativa é que todas as dioceses catarinenses definam seus delegados a tempo de participarem do Mutirão Ecumênico, promovido pelo CIER. O evento ocorre a cada dois anos e abrange os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O tema deste ano, “A missão da Igreja no Estado laico”, indica que as igrejas reflitam e criem ações conjuntas que colaborem com a cidadania, o fortalecimento de um Estado democrático e por uma sociedade mais justa e igualitária. São esperados 300 agentes envolvidos com o serviço e a promoção ecumênica e agentes sociais.
A reunião do Conselho Regional de Pastoral também teve na pauta a discussão sobre o Sínodo 2015, que trata sobre a Família, e a articulação da Comissão Regional de Liturgia. Também foram pontuadas questões da realidade política atual e sobre a posição da CNBB quanto à reforma política.