“Nós estamos aqui, mas, o nosso Brasil está fervilhando. Está acontecendo muita coisa”, pontuou o Presidente do Regional Sul 4 (Santa Catarina) da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Wilson Tadeu Jönck, sobre as manifestações previstas para o dia 15, contra o Governo Dilma. Sua intervenção na reunião do Conselho Regional de Pastoral, em Rio do Oeste, 06, ponderou que “não podemos simplesmente voltar às costas para esse período agitado e de incertezas”.
Diante disso, membros do conselho consideraram essencial a manutenção da coleta de assinaturas para a Reforma Política, proposta por uma coalizão que inclui a CNBB, a Ordem dos Advogados do Brasil e outras 103 entidades.
— A campanha de coletas de assinaturas para o projeto de lei continua. Enquanto não chegarmos a 1,5 milhão nós não vamos parar —, assegurou o bispo de Caçador, Dom Severino Clasen, que também é presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, da CNBB. Cerca de 700 mil assinaturas válidas foram coletadas.
Ele também recomendou visita ao site institucional [www.cnbb.org.br] para todos estarem seguros quanto à posição da entidade. “Existem grupos que são muito contra isso, e estão tentando desmoralizar a Igreja Católica por ser o carro chefe dessa campanha então por isso tem que estar bem atento”, alertou.
Dom Jönck lembrou que a CNBB lançou uma cartilha que sugere quatro encontros que detalham as propostas em relação ao financiamento democrático das campanhas eleitorais, à eleição proporcional em dois turnos para os cargos legislativos, ao aumento do número de mulheres na política e à democracia direta. “Esta é a posição da CNBB”, assegurou.
Uma das dificuldades na coleta de assinaturas é a falta do número do titulo eleitoral. Porém, dom Clasen, assegurou que mesmo esses eleitores podem participar. “Basta anotar na ficha o nome da mãe. Isso permite que o documento possa ser localizado por uma comissão”, explicou.
Manifestações
Em comunicado, dia 03, o presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida, SP, afirmou que a entidade não “toma partido” em relação aos protestos dos dias 13 e 15 de março, mas considera “legítimas as manifestações da sociedade, desde que transcorram em clima de respeito à pessoa humana, aos bens públicos e particulares”.
Os movimentos sociais de esquerda marcaram para o dia 13 uma manifestação em defesa da Petrobras, enquanto grupos que pedem o impedimento da presidenta Dilma Rousseff sairão às ruas dois dias depois.
O conselho regional
A reunião do Conselho Regional de Pastoral, órgão subsidiário do Conselho Episcopal Regional, aconteceu nos dias 05 e 06. Ele reúne pastorais, organismos, movimentos e dioceses, além dos bispos catarinenses. Na pauta também esteve a discussão sobre o Sínodo 2015, que trata sobre a Família, a articulação da Comissão Regional de Liturgia e o trabalho ecumênico no regional.