Em artigo desta semana, o padre Vitor Galdino Feller, vigário geral da Arquidiocese de Florianópolis, alerta para que os católicos evitem “exageros perigosos à saúde e à comunhão com os outros” durante a quaresma.
Segundo ele, a vida saudável era “o objetivo do povo de Israel ao viver os três atos de piedade do bom judeu: o jejum, a esmola e a oração”. Eram elementos da busca pela vida que incluísse austeridade, simplicidade e sobriedade.
No caso da desintoxicação pelo Jejum, escreveu padre Feller, inclui “o controle do olhar e do escutar, dos desejos e paixões, serve para o domínio dos vícios e manias e instintos animalescos”. Além disso, ele defende que é possível viver melhor com menos. “Na sociedade consumista, vive-se a contradição diária: se gasta para engordar e, depois, gasta-se para emagrecer”, analisa.
Em relação à esmola, a caridade cristã inclui o cuidado aos necessitados, o socorro aos pobres, o amor a todos, a começar com os que mais precisam. “A caridade cristã vai além das relações interpessoais. Ela é pública, política”, diz o vigário geral. Como exemplo, ele ressalta a Campanha da Fraternidade, que este ano aborda a saúde pública. Segundo o artigo, a campanha visa “levar a sociedade a garantir a mais pessoas o direito de ter acesso aos meios necessários para uma vida saudável”. Mas ele ressalta também que para os cristãos a saúde vai muito além do corpo.
Na oração, a desintoxicação busca o espírito saudável. “A vida cristã, fundamentada no Batismo, alicerçada na Eucaristia e renovada na Penitência, nos ajuda a perceber que não podemos deixar-nos levar pela ilusão de um corpo saudável, como exigem a moda, a mídia e o mercado, sem buscar também um espírito saudável”, escreve.
Ao citar a caminhada do povo de Israel pelo deserto na fuga do Egito e as tentações negadas por Jesus do deserto, padre Feller diz que os católicos são chamados também libertar-se “das amarras que nos impedem de ser felizes, dos apegos que nos atrapalham na busca do essencial”.