Novamente, as dez dioceses de SC enviaram participantes para esta etapa da Escola. (Jacson de Borba/Arquivo pessoal)

Os oitenta alunos da Escola de Música Ritual Litúrgica aprenderam sobre o “Ciclo da Páscoa”, na segunda etapa realizada em Lages, 2 a 4 setembro. Arnaldo Antônio de Souza Temochko, especialista em música ritual, retornou a escola com uma didática participativa.

— O objetivo não foi dar respostas prontas, tampouco promover um grande ensaio de cantos, mas propor pontos para a reflexão que suscite um encantamento pela liturgia e pela música que é a fé da Igreja expressada por meio de ritos, preces e cânticos —, explicou Temochko.

Com base nos autores Ione Buyst e Frei Joaquim Fonseca, pequenos grupos receberam um canto do Ciclo da Páscoa. “Eles analisaram a letra, em busca raiz bíblica, do sentido teológico, litúrgico e espiritual a fim de poder cantar com inteligência.”, explicou o assessor.

De acordo com Temochko, quando a música está bem integrada à ação litúrgica (rito), se transforma em uma ‘porta de entrada’ para o Mistério de Pascal de Cristo e, por isso mesmo, ela é mistagógica, isto é, conduz para o coração do Mistério e se torna fonte de espiritualidade.

Antes disso, uma análise antropológica apontou o impacto do período para os eventos quotidiano.

— Quando nós dizemos que que o mistério pascal de Cristo acontece na nossa vida, na vida do povo, estamos afirmando que Jesus continua morrendo e ressuscitando nas nossas próprias alegrias e tristezas, lutas e dificuldades, alegrias e esperanças. E assim, também, nós lemos as dores da humanidade inteira e alegrias do povo à luz desse mistério. Cada conquista, cada vitória é a ressurreição de Cristo.

Depois de uma experiência à 4 vozes, no sábado a noite, com o canto para a abertura da missa da Ceia do Senhor — Quanto a nós devemos gloriar-nos na cruz (padre Ney Brasil) — uma reflexão sobre a Eucaristia aconteceu no domingo, sobre a música do Ciclo Pascal. “Só depois de compreendermos bem a liturgia deste ciclo é possível nos perguntarmos pelo que cantar neste Ciclo! A música está a serviço da liturgia, de modo que só após compreender bem a primeira é possível compreender bem a segunda”, disse o especialista.

Houve, também, momentos de celebração do Ofício Divino das Comunidades, Celebração Eucarística e confraternização no sábado à noite.

— O Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil está de parabéns pela Escola de Música Ritual-Litúrgica. A formação dos agentes que atuam nas comunidades prestando este serviço precisa cada vez mais contemplar estes dois âmbitos: o nível técnico (musical) e o nível litúrgico (teológico) —, avaliou Temochko.

Em sua opinião, a formação é deficiente quando não leva em conta o equilíbrio entre os dois aspectos. “Unindo a esta integração metodológica à disposição dos participantes, o carinho e a acolhida que dão a tudo o que é proposto, certamente esta escola se coloca como um referencial para outros regionais do Brasil a fim de que também façam este investimento”, apontou.

Na primeira etapa, em Lages, 15 a 17 de abril, a Escola de Música Ritual Litúrgica, também com a assessoria de Temochko, ensinou o Ciclo do Natal, Neste período, a música é mais festiva, porque é um tempo de festa na liturgia, enquanto no advento a música é mais sóbria, porque é um tempo de guarda para a grande celebração que é a Páscoa de Jesus: quando o Verbo se fez carne.

As próximas etapas acontecem em 2017. O Tempo Comum, de 21 a 23 de março, e Santoral e Sacramentos, de 01 a 03 de setembro.