A solidariedade não para. Os catarinenses, em cada canto do estado, através dos trabalhos das Pastorais, Movimentos, Serviços e Organismos da Igreja em Santa Catarina, especialmente neste tempo de pandemia, têm recebido o auxílio e sentido a preocupação e os cuidados oferecidos em cada uma de nossas mais de 5 mil comunidades eclesiais.
Dando sequência na nossa série de reportagens ‘Igreja Solidária: boas iniciativas da Igreja em Santa Catarina’, hoje vamos até a Diocese de Caçador, e quem nos conta das atividades da Ação Solidária Emergencial ‘É Tempo de Cuidar’, é a Elaine Karch Almeida, da Pastoral da Comunicação diocesana. Confere aí:
‘É Tempo de Cuidar’:
Campanha ameniza efeitos da pandemia através da solidariedade
Em algum momento desta pandemia, de alguma forma, todos seremos afetados. Nessa hora é a solidariedade, o olhar de bondade do outro, que vão nos trazer alento, seja qual for nossa necessidade. É tempo de ajudarmos e sermos ajudados.
Pensando nessas situações, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou no dia 12 de abril, Domingo de Páscoa, a Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil, uma iniciativa nacional que tem como lema: ‘É Tempo de Cuidar’ e busca estimular a solidariedade, por meio de gestos concretos de ajuda às famílias em situação de vulnerabilidade, diante da pandemia do Coronavírus.
Todas as dioceses de Santa Catarina, através da Rede Cáritas, estão articulando ações em prol dos mais necessitados, como a arrecadação de alimentos, produtos de higiene e limpeza, organizando e adequando, também, as muitas ações já existentes nas dioceses e paróquias catarinenses.
Na Diocese de Caçador, as ações foram pensadas de forma que atendam três necessidades básicas: o suporte material, emocional e espiritual. Conforme o cronograma, as necessidades e os cuidados correspondentes serão desenvolvidos em três fases sucessivas, sendo a 1ª fase, a coleta de informações (mapeamento das iniciativas e identificação das necessidades); a 2ª fase, verificação da capacidade de ajuda e; a 3ª fase, mobilização das pessoas disponíveis.

Todas as ações são fundamentadas em instruções, levando em consideração os cuidados sanitários e de higienização para que não se tenha contágio pela COVID-19, da parte de quem doa, do voluntário e de quem receber uma doação, por exemplo.
“Tive fome e vós me deste de comer” (Mt, 25, 35) – Antes mesmo de ser lançada a iniciativa nacional, ainda no mês de março, a Diocese de Caçador iniciou um trabalho de mobilização e ajuda, que agora se incorpora à Ação Solidária Emergencial. A Cáritas Solidariedade de Caçador mobilizou agentes, coletou doações de cestas básicas e produtos de higiene e limpeza e fez a entrega para cerca de 300 famílias em vulnerabilidade social, com a situação agravada pela pandemia.

O padre Eleandro Hüning, da Catedral São Francisco de Assis, atuou na linha de frente da ação, especialmente durante a distribuição dos donativos. Para ele foi um gesto de bondade de todos que participaram do processo e uma enorme satisfação em poder ajudar quem precisa.
“A solidariedade vem acontecendo de várias formas. Durante os meses de março e abril, a Cáritas Solidariedade de Caçador fez um bonito trabalho de ir ao encontro de pessoas carentes de nosso município, em nossa microrregião. Os voluntários não pouparam esforços e iniciativas em prol das pessoas empobrecidas, que dependem deste olhar de bondade, misericórdia e compreensão, para sobreviver, nesse momento crucial, no qual mais do que nunca, muitas pessoas precisaram de nossa ajuda”, diz.
Padre Eleandro destaca que mesmo com a equipe reduzida foi possível contemplar um número considerável de famílias. “A pandemia da COVID-19, fez com que a Cáritas Solidariedade Caçador reorganizasse seu trabalho para conseguir ajudar muitas famílias carentes. Tivemos que reduzir nossos voluntários, devido aos cuidados necessários, pois grande parte de nosso grupo é de situação de risco, e necessita do distanciamento social. As entregas foram feitas em cada casa, visto que, por conta do coronavírus, não pudemos receber as famílias na sede da Cáritas, evitando aglomeração de pessoas”, conta.

“Para mim, foi uma experiência incrível. Ver o olhar de tantas pessoas que recebiam as doações não tem preço, seus rostos brilhavam. Claro que com muito cuidado, no contato com as famílias nos protegendo e as protegendo. Usando as palavras de Santa Dulce dos Pobres, ‘o importante é fazer a caridade, não falar de caridade. Compreender o trabalho em favor dos necessitados como a missão escolhida por Deus’”.

O padre João Maria dos Santos, da Paróquia Nossa Senhora Rainha que também participou ativamente dos trabalhos, agradece a todos que se envolveram nessa ação. “Agradecemos a muitas pessoas que neste tempo difícil, ao qual estamos passando, tiveram um olhar de solidariedade e nos ajudaram, todas as pessoas físicas, entidades sociais, ONGS, grupos organizados, as paróquias de nossa cidade: Cristo Redentor, Nossa Senhora Rainha e São Francisco de Assis, empresas, instituições de ensino, meios de comunicação social de Caçador que atenderam ao chamado e se dispuseram a ajudar com doações de alimentos, roupas, calçados, materiais de limpeza e de higiene pessoal, fraldas geriátricas máscaras entre outros. A todos rogamos as benção e graças de Deus e a proteção divina, pela intercessão da mãe Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, nossa Padroeira”, declara.