No dia 02 de julho de 2023, dom Adilson Pedro Busin, CS, tomou posse como 7º bispo da Diocese de Tubarão (SC). O Papa Francisco o nomeou no dia 03 de maio, como bispo para a Diocese, na qual estava vacante desde março de 2022, quando dom João Francisco Salm tomou posse como bispo da Diocese de Novo Hamburgo (RS), até a data, a Diocese esteve sob os cuidados do administrador diocesano, padre Lino Brunel.

Abaixo segue a homilia de dom Adilson realizada na Missa de posse como bispo da Diocese de Tubarão.

 

Homilia – Posse Canônica de Dom Adilson Pedro Busin, CS.

“Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo”. Na solene festa litúrgica de S. Pedro e S. Paulo, recebo esta nova missão na Igreja.

1. Irmãos e irmãs, aqui presentes e os que nos acompanham pelas redes sociais, TVs e rádios, minha saudação e gratidão. Desde já, obrigado a vocês da comunicação. (Peço que deixemos as palmas para o final depois de todos saudados e agradecidos). Ao bom Deus que no Papa Francisco, e hoje, dia do papa, e ao Núncio Apostólico Dom Giambattista, obrigado por confiar este seu povo aos cuidados deste seu servidor. Aos senhores bispos presentes: Dom Jaime Spengler, (Presidente da CNBB e do CELAM); aos bispos do Regional sul 3, RS, obrigado pelos anos que caminhamos juntos. A Dom Oldelir Magri, presidente e aos bispos do Regional Sul 4 SC que me acolhe; Dom Wilson Jönk arcebispo de Florianópolis; aos meus antecessores desta diocese. Dom Hilário Moser, Dom Wilson, Dom Jacinto Bergaman e Dom João Francisco Salm. Ao Pe. Lino Brunel, administrador diocesano até hoje, muito obrigado por seu serviço; e na sua pessoa, aos presbíteros, diáconos, religiosas/os, aos leigos, aos seminaristas e lideranças e comunidades, a todas as pastorais; as crianças, os jovens, casais, idosos, meu obrigado pela acolhida que me faz sentir bem entre vocês. Às pessoas todas envolvidas na preparação deste dia, ao coral e liturgia, acolhida, minha gratidão.  Vocês todos ‘tomarão ‘posse de mim` e eu de vocês, rebanho desta diocese. Na pessoa do prefeito interino Gerson Bento, do secretário Estêner Soratto Junior do governo do estado, saúdo e agradeço às demais autoridades, militares, da segurança, saúde, escolas e universidade, dos vários setores da sociedade, Revda. Keyla Bichet e outras igrejas cristãs. Obrigado.

Aos que vieram da Arquidiocese de Porto Alegre: padres, religiosas, e diáconos, colaboradores e amigos da cúria e administração, da sede da CNBB Sul 3, às comissões em que trabalhei, em especial da Justiça, Paz e Caridade, Migração e Comissão Missionária, ao vicariato de Guaíba; aos irmãos da família Scalabriniana, Dom Algacir Munhak, e Dom Alessandro Ruffinoni e Pe. Alexandre e demais religiosos, irmãs, leigos e amigos de seminário. Aos parentes e à querida comunidade de origem de Sarandi; à família, irmãos, cunhada e sobrinhos e à Sra. Adiles Signor Busin, a mãe aqui presente la mamma, Grazie. Enfim, Olhando e contemplando o rosto de vocês todos, expresso minha Gratidão ao bom Deus que me chamou e aqui me enviou. MUITO OBRIGADO. Deo Gratias! (Palmas a todos).

2. A missão do bispo nasce da abundante graça do batismo, data que celebrarei dentro de uns dias. Por isso o nome de Adilson (que não é santo) tem Pedro. Que presente me deu o Senhor, de neste dia da posse, celebrar S. Pedro e S. Paulo, pilares de nossa Igreja. Pastores fiéis e servos do anúncio do evangelho, perto e longe. Em Jerusalém e em Roma. Nas periferias e nas grandes cidades, nos povoados e nas ilhas. Intrépidos testemunhas. Eles que, de uma forma e outra, escutaram Jesus, tornaram-se, por Ele, estrangeiros e migrantes em terras distantes. Pelo evangelho e pela missão. Pedro perguntara tantas coisas a Jesus, inclusive o que ganharia deixando tudo. Ele encontrou seu tudo e por ele deu a vida. Ele que confessara “Tu és o Filho do Deus Vivo”, mas fraquejara em tantos momentos, agora, depois de confessar o amor, seguiu Jesus até o fim. Até dar a vida por Ele.

Paulo não confessara a fé (como Pedro), mas perguntara no caminho “Quem és Senhor?” fez de sua vida uma conversão contínua que o imergira numa força tão grande que o forjou como o `apóstolo das gentes`, o missionário por excelência. Sua vida foi a resposta: “para mim viver é Cristo” “Fiz-me tudo para todos para ganhar todos a Cristo”. Ambos, Pedro e Paulo, terminaram a corrida e guardaram a fé. Em terras estrangeiras tornaram-se concidadãos dos santos na pátria celeste.

“Nos dias de minha migração terrestre”, como diz Pedro em sua carta, também eu, e nós todos, somos chamados a uma vocação santa. Capaz de abrasar o coração e tudo abraçar por Ele. O Senhor disse a mim também: “vai para outras terras”. Deixando as margens do Guaíba, vim para outras Lagunas e outras praias. Agora, bispo de Tubarão, como não encontrar em Pedro e Paulo virtudes, gestos, atitudes, exemplos que configurem um bom pastor. Neles se encontra a clareza do múnus episcopal: ensinar, santificar e governar.  Recebendo o báculo, de pastor, sei que recebo na outra mão a cruz. Missão sem cruz, não existe. Dela brota a vida. Aprender com Pedro e Paulo a ‘perder a vida’, partir para outras terras em missão. Amar até o fim., como o Mestre. Morrer pelo evangelho é do múnus episcopal e apostólico “o bom Pastor dá a vida”, diz Jesus.

Peço humildemente a prece de cada um de vocês, como a Igreja da 1ª leitura que rezava por Pedro. Que o Espírito Santo me ilumine com seus dons, e eu saiba exercer o ministério, com doçura e firmeza, humildade e sabedoria, com clareza e longanimidade, com fé firme e caridade incondicional, sobretudo pelos últimos e excluídos, indo ao encontro das periferias físicas e existenciais de nosso tempo. Que o Espírito forme meu coração segundo o coração de Jesus. Os planos, projetos e diretrizes pastorais serão instrumentos guias de nossa diocese. Mas sobretudo, alimentado pela Palavra e pela Eucaristia, quero ser presença de escuta, de comunhão com vocês padres, diáconos, famílias, leigos/as religiosos, das comunidades e paróquias. Como pastor, peço a graça de faze-me próximo das crianças e jovens e seus anseios para nossa Igreja. Peregrinos da esperança, próximo jubileu da Igreja de 2025, caminhemos juntos em comunhão participação.  Igreja santa, esposa fiel ao Senhor. Igreja em missão. Motivados pelo ano vocacional, em caminho sinodal, reavivemos nossa vocação. Busquemos a santidade para surjam santas vocações. Rezemos pelas vocações, pois o Mestre nos ensinou: Pedi ao dono da messe”.

Com o coração agradecido e na humildade de um peregrino, com a coragem de S. Carlos, a audácia missionaria de São J. Batista Scalabrini, meu bispo santo, apóstolo dos migrantes, também eu digo: “O que mais poderia desejar? Ajoelhar-me diante do mundo e pedir-lhe a licença de poder fazer-lhe um pouco de bem.” Peço vossa licença para vos servir e as orações para que eu possa fazer um pouco de bem entre vós, como servo e peregrino no Amor. Servo, como Maria, a discípula fiel e missionária portadora da alegria. Sob o manto de N. Sra. da Piedade, da Beata Albertina, invoco graça e proteção, para servir o Filho do Deus Vivo e sua Igreja, continuar minha corrida, guardar a fé, nesta porção do rebanho do Senhor, a diocese de Tubarão. Amém.

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Dom Adilson Pedro Busin, cs    – Servus et Peregrinus in Amore
Bispo de Tubarão

Por CNBB Sul 4 |  Foto: Eduardo Schmitz - Diocese de Joinville