“Os jogadores não vestem mais a camisa do Brasil eles vestem a camisa do dinheiro”, esta é uma das razões que explicam a apatia e o pouco envolvimento dos brasileiros com a Copa do Mundo de Futebol realizada na Rússia. A avaliação é do bispo da diocese de Lajes (SC), dom Guilherme Werlang, também presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora. Outra razão, segundo o bispo, está na própria qualidade do futebol canarinho que está deixando muito a desejar.

Para dom Guilherme, dizer que os jogadores defendem a pátria brasileira não é verdade. O bispo aponta que eles têm mais compromissos com seus clubes internacionais e defendem contratos milionários que daí podem advir. “A copa é um grande palco para onde os grandes empresários olham em busca dos jogadores que podem lhe render muitos lucros”, disse.

O bispo ainda apontou o fato de a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estar associada à corrupção. Estes fatores, na avaliação do bispo de Lajes, estão fazendo o futebol perder a magia que teve até o início da década de 70, quando os principais jogadores permaneciam no Brasil, proximidade que fez crescer as torcidas.

Dom Guilherme analisa o futebol. Foto: Assessoria de Imprensa CNBB/Matheus de Souza

Esporte popular – Apesar destas mudanças, o futebol ainda é uma grande paixão do povo brasileiro, segundo dom Guilherme, em razão de ser um esporte democrático. “O futebol começou na várzea, num campo de chão batido. Em todo lugar, onde não havia muitas alternativas de esporte e lazer para o povo simples e pobre, bastava comprar uma bola, demarcar as linhas e distribuir os jogadores”, disse.

A paixão do povo brasileiro também pode ser explicada pelo fato de não ser um jogo individual mas um esporte praticado em equipe, com competição entre os dois lados. “O futebol pode ser praticado nas favelas, bairros e ruas do interior, nas roças e fazendas e é acessível aos mais pobres”, aponta.

Por CNBB.