No dia 18 de junho de 2025, a Pastoral Social do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou a formação regional de forma virtual sobre o 31º Grito dos Excluídos e Excluídas. Com o tema “Vida em primeiro lugar!” e o lema “Cuidar da casa comum. A democracia se luta todo dia,” o encontro teve como objetivo fortalecer a caminhada de base em preparação para o Grito que acontece tradicionalmente no dia 7 de setembro.

A atividade reuniu representantes de diversas dioceses de Santa Catarina, além de convidados que colaboraram com reflexões sobre a atual conjuntura social, política e ambiental. Participaram do encontro Dom Guilherme Antônio Werlang, bispo da diocese de Lages e referencial das Pastorais Sociais do regional; Pe. Alfredo Gonçalves, assessor do encontro; Maria Aparecida Lucca Caovilla, ouvidora da Defensoria Pública de Santa Catarina; e lideranças de pastorais sociais, movimentos e comunidades.

Dom Guilherme iniciou sua fala lembrando que a casa comum deve ser cuidada como um jardim, conforme o relato do Gênesis. Ele chamou a atenção para a responsabilidade da população urbana com a crise ecológica e destacou que o Grito dos Excluídos precisa ecoar com força nas cidades. “Mais do que eventos pontuais, é necessário construir processos contínuos de mobilização e consciência social”, afirmou.

Pe. Alfredinho abordou a crise da democracia e as desigualdades ambientais. Segundo ele, “a democracia tem sido sequestrada pelo poder econômico, que utiliza os próprios mecanismos democráticos para implantar regimes autoritários”. Sobre a questão ambiental, o assessor destacou que os impactos das mudanças climáticas não atingem a todos de forma igual: “Estamos na mesma tempestade, mas em barcas diferentes. Os pobres são os primeiros a sofrer.”

Maria Aparecida compartilhou sua experiência na Defensoria Pública e ressaltou a importância de uma educação popular baseada na escuta e na valorização dos direitos humanos. “É preciso fortalecer as ações de base e manter viva a pedagogia do diálogo, da consciência e da participação cidadã.”

Durante o encontro, também foram compartilhadas experiências diocesanas e encaminhamentos. Entre eles, a proposta de realizar rodas de conversa, seminários e pré-gritos em comunidades e espaços pastorais, como forma de ampliar o alcance da reflexão sobre a democracia e os direitos dos mais vulnerabilizados.

Juliana Kades reforçou que o Grito dos Excluídos é uma proposta da CNBB, nascida das Semanas Sociais, e que deve ser assumida como ação da Igreja com a sociedade, em sintonia com o chamado à sinodalidade e à presença da Igreja junto ao povo.

As dioceses foram incentivadas a compartilhar relatos e registros das ações realizadas, como forma de articular o regional com o Grito Nacional. O material de apoio (textos, celebrações e cartazes) está disponível para utilização nas comunidades, paróquias e dioceses.

Matéria: Jaison Alves da Silva | FotoPrint