Dom Adilson Pedro Busin, CS, da diocese de Tubarão, integra a delegação brasileira no 6º Congresso Americano Missionário (CAM6), que acontece em Ponce, Porto Rico, de 19 a 24 de novembro. O evento reúne missionários de 36 países da América Latina, motivados pelo tema “Evangelizadores com Espírito até os confins do mundo”, inspirado pelo lema “América, na força do Espírito, testemunhas de Cristo”. A delegação brasileira conta com 62 missionários e missionárias de diferentes regiões do país.
A abertura do 6º Congresso Americano Missionário (CAM6) ocorreu com a missa no Anfiteatro Juan Pachín Vicéns, reunindo mais de 12 mil pessoas, marcando também a celebração da Solenidade de Nossa Senhora, Mãe da Divina Providência, patrona de toda a nação porto-riquenha.
A celebração de abertura foi presidida pelo Cardeal Baltazar Enrique Porras Cardozo, arcebispo emérito da Arquidiocese de Caracas e representante do Papa Francisco no Congresso. Por isso, o cardeal iniciou sua homilia pontuando que o Pontífice lhe pediu para “expressar a sua significativa saudação a todos os participantes e o testemunho do amor do Papa por esta amada parcela da Igreja que caminha em Porto Rico”.
Impulsionados pelo Espírito: 2º dia do CAM6 reflete a missão que nasce da Trindade

O arcebispo de Caracas, destaca que a Igreja é missionária porque Deus é missionário e que ela não é nem a origem, nem o final, mas “somente sacramento de Deus que é o criador e Salvador”.
Para ele, é preciso descobrir que a missão de Deus não é somente o paradigma da ação pastoral, mas também da teologia. “Isso nos permite afirmar o fundamento trinitário da missão e mudar nossa compreensão da natureza da Igreja, passar do plural ‘missões (da Igreja)’ para o singular ‘missão (de Deus)’.
Refletindo o Espírito que impulsiona à missão, o arcebispo partilhou que vê o Espírito Santo como o mais travesso da Trindade: “através dele se superam as diferenças, se atravessam as paredes e os muros. É ele que desordena nossos planos e é Ele a fonte de alegria. É a união do Pai e do Filho em um mesmo amor e uma mesma missão”.
“O Espírito é radicalmente missionário, porque descentra, impulsiona, faz sair. Está em saída e inspira novidade. Ele é força centrípeta e centrífuga, princípio da comunhão e da missão”, destacou o arcebispo.
Para concluir, dom Castillo alertou que a palavra mais importante para um cristão é a ordem do ressuscitado: Vai! “Quer dizer: Vai, vamos ao povo, vamos estar no meio do povo e com o povo!, mas não com o rosto dos mortos, mas com o rosto dos ressuscitados!”
Reino de Deus como horizonte da missão: 3º dia do CAM6 reflete o testemunho missionário

“Se eu não vou ao encontro das pessoas e, ainda assim, quero anunciar o Evangelho de Deus, então estou vivendo uma grande mentira”, pontuou, durante a primeira conferência do dia, o Secretário do Pontifício Conselho para a América Latina, Rodrigo Guerra Lopez.
Na exposição, com o tema “O Reino de Deus como horizonte da missão: caminho para a transformação social em um contexto de desigualdades”, Rodrigo destacou que, em meio a uma realidade difícil, com pessoas em sofrimento, precisamos, como missionários, nos colocar em meio ao povo e reconhecer no seu sofrimento a presença dolorosa, mas real, de Cristo Ressuscitado.
Destacando a importância da participação dos leigos e leigas na Igreja e a relevância do Sínodo da Sinodalidade, ele acredita que o mais importante foi a publicação do documento final imediatamente, assim como está. “Apesar de muitas críticas e de talvez poucas revisões e reconstruções, a publicação naquele momento foi uma mensagem claríssima do Papa Francisco para que confiemos mais na obra do Espírito Santo”, disse.
Rodrigo seguiu sua exposição questionando. “Quão radical temos que ser nesse assunto de anunciar o reino, confiando que o Espírito Santo não nos vai falhar? Que Ele não saiu de férias agora? Com que radicalidade temos que afirmar que o Espírito Santo está presente em absolutamente todos, inclusive naqueles que não pensam como nós. E não porque o que digam está ou não correto, mas porque no meio da dor e da diferença o Espírito Santo se manifesta! Até onde podemos chegar?”, provocou.
Para concluir, o Secretário do Pontifício Conselho para a América Latina alertou que a Igreja não é uma aristocracia eclesial, mas uma grande família, construída onde todos são convidados, não importa quão longe estejam. A partir da Fratelli Tutti, finalizou: “A igreja é uma casa com as portas abertas, porque é mãe. E como mãe, queremos ser uma Igreja que serve, que sai de casa, de seus templos, de sua sacristia, para acompanhar a vida e sustentar a esperança”.
Para mais informações sobre o CAM6 acesse: https://pom.org.br/
Com informações e fotos: Victória Holzbach


