Cartografias da esperança mapeia iniciativas de enfrentamento à emergência climática no sul do Brasil

“A esperança mantém-nos vivos. Não nos permite viver macerados pelo desânimo, absorvidos pela desilusão, derrubados pelas forças da morte. Compreender que a esperança floresce no instante é experimentar o perfume do eterno”, com parte do poema de José Tolentino, Leonardo Cerisoli, secretário regional da Pastoral da Juventude (PJ) no Regional Sul 4 da CNBB, que mediou a mesa “Cartografias da Esperança”, narrativas de iniciativas de enfrentamento às emergências climáticas no sul do Brasil.

A “Cartografias da Esperança” ocorreu na tarde de 19 de julho de 2025, em Governador Celso Ramos, Santa Catarina, integrando a programação da Pré-COP Sul (17 a 20 de julho), em vista da COP30. A iniciativa destacou iniciativas de enfrentamento à emergência climática na região Sul do Brasil, com foco em perceber a esperança não como uma espera, mas como um movimento de entendimento da interdependência entre seres humanos e natureza. Contudo, Rodrigo Karai Xondaro, professor na Aldeia Yaka Porã (TI Morro dos Cavalos – SC), e Oscar Guarani, liderança da TI Yvarendá (Itaipulândia – PR), trouxeram um apelo urgente pela proteção via demarcação de seus territórios e pelo direito à vida de toda a criação nesse espaço.

Adaiane Giovanni, integrante da Economia de Francisco no Paraná abordou a “A Economia de Francisco”, movimento que busca repensar o sistema econômico a partir de princípios de fraternidade e cuidado com o planeta.

Jacira Ruiz, secretaria executiva da Cáritas Regional Rio Grande do Sul, partilhou o projeto “Missão sementes de solidariedade”, o projeto foca em solidariedade ativa e organização social para a reconstrução e reerguimento da capacidade de produção de alimentos e existência comunitária das comunidades rurais atingidas pela tragédia das enchentes do Rio Grande do Sul nos anos de 2023 e 2024. Ao fim de sua fala, Jacira convidou os participantes a fazerem um instante de silêncio em homenagem às pessoas que perderam suas vidas, vítimas das enchentes.

Fátima Langbeck, coordenadora da Pastoral da Ecologia Integral (PEI), do Regional Sul 2 da CNBB, da Diocese de Foz do Iguaçu, apresentou o projeto “Festa paroquial Mais Sustentável”, demonstrando como eventos comunitários podem ser adaptados para reduzir seu impacto ambiental.

Marli Marinho de Melo, coordenadora da PEI da Diocese de Palmas e Francisco Beltrão/PR, apresentou o projeto Guardiões das Águas – Louvado Sejas”, uma iniciativa de cuidado com os recursos hídricos.

Os indígenas das TIs Morro dos Cavalos – SC e Yvarendá – PR trouxeram a perspectiva ancestral e a sabedoria dos povos originários na relação com a terra. Partilharam suas visões sobre a relação entre o povo indígena e a natureza e os dramas vividos devido à não demarcação de seus territórios. Por fim, Rodrigo Karai Xondaro e Estela de Souza, da Aldeia Yaka Porã, cantaram a música “Devolvam Nossos Pés”.

 

Matéria: Osnilda Lima | Foto: Jaison Alves da Silva | Ascom Pré-Cop Sul