O grupo de trabalho da Pastoral do Povo da Rua do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) esteve reunido, de forma virtual, no dia 11 de junho de 2025, para avaliar ações em curso, compartilhar desafios e planejar próximas etapas do trabalho voltado à população em situação de rua em Santa Catarina.
A reunião teve início com provocações do Pe. Antônio, que reforçou a necessidade de transformar a reflexão em compromisso pastoral concreto. Ele afirmou que “a eficácia da pastoral depende de um pensar” e que “todo compromisso pastoral nasce do discernimento da realidade”.
Ivone Maria Perassa, coordenadora Nacional da Pastoral do Povo da Rua, apresentou desafios e propostas como a produção de uma cartilha de direitos, a construção de estratégias conjuntas e a realização de um encontro em Piçarras com foco na defesa da população em situação de rua. Citou também o Plano “Ruas Visíveis” como referência para articulação local.
Durante o encontro, Maria Aparecida Lucca CaoviIla, da Ouvidoria, destacou que a auditoria do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC) aponta insuficiência de políticas públicas para essa população. Entre 2016 e 2023, o número de pessoas em situação de rua cadastradas no estado cresceu cerca de quatro vezes, passando de 1.774 para 8.824 pessoas. Ela, ressaltou a “fragilidade da Defensoria” Pública Estadual (DPE), no sentido de que a política pública da Defensoria ainda não está efetivada, portanto, não há defensorias em todas as comarcas, por isso não consegue atender a todas as demandas de acesso à justiça; a importância da encíclica Laudato Si’, e a necessidade de sensibilização de atores da Justiça. Também divulgou o CIAMP Nacional, que acontecerá de 1º a 3 de julho, e apontou a importância da implementação da ADPF 976.
Entre outros temas debatidos estiveram a união de diferentes pastorais para ações conjuntas, o fortalecimento da cultura do bem viver frente ao sentimento de impotência, e a definição de cidades prioritárias para mobilização: Lages, Rio do Sul, Chapecó, Tubarão/Criciúma, Itajaí, Brusque, Joinville, Blumenau, Palhoça, Biguaçu e Florianópolis.
O grupo também definiu os próximos passos regionais, como a realização de escutas e audiências públicas, ações de mobilização local em Biguaçu, parcerias com instituições como a FURB, e a produção de materiais de sensibilização. Também foi aprovado o início de um grupo de trabalho com foco na sistematização de dados e na leitura da realidade, com participação de Ivone, Maíra, Cida, Luciano, Pe. Antônio e Juliana.
A próxima reunião do grupo de trabalho está marcada para o dia 23 de junho, às 9h, na sede do Regional Sul 4 da CNBB.
Matéria: Jaison Alves da Silva, com informações da Pastoral do Povo da Rua | FotoPrint
								
								
													

