O mandato missionário é do próprio Jesus: “Ide, pois, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo quanto vos tenho mandado.” E acrescentou: “Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo” (Mt 28, 19-20). De fato, “a Igreja é por sua natureza missionária, como escreve João Paulo II na Encíclica Redemptoris Missio, porque o mandato de Cristo não é algo contingente e exterior, mas atinge o próprio coração da Igreja” (Redemptoris Missio, n. 61).
Trago aqui o exemplo de dois ícones no campo missionário: Santa Teresinha do Menino Jesus e São Francisco Xavier. Santa Teresinha do Menino Jesus nasceu em Alençon, França, no dia 2 de janeiro de 1873. Sua família vivia no amor a Deus e entre si e, por isso mesmo, era muito solidária com os necessitados. Teresinha cresceu como todas as crianças, mas o que encantava a todos era sua vida simples e o esforço que fazia para melhorar. Entrou, ainda muito jovem — com 16 anos — no mosteiro das Carmelitas de Lisieux e praticou de modo exemplar a caridade, a simplicidade evangélica e a confiança em Deus. “Passarei meu céu fazendo o bem na terra”, era seu desejo. Faleceu no dia 30 de setembro de 1897. Foi uma religiosa carmelita, missionária da oração, do sofrimento e do amor. Teresinha transformou a vida fechada no convento em luz, a dor em amor, o pequeno em grande, a terra em céu, o tempo em eternidade, a vida contemplativa de convento de clausura num horizonte missionário, em Igreja universal. Nunca foi para as missões; no entanto, o Papa Pio XI a nomeou Padroeira das Missões e dos missionários, junto com São Francisco Xavier. Sua festa é celebrada no dia 1º de outubro.
São Francisco Xavier, padroeiro de nossa Diocese, nasceu no dia 7 de abril de 1506, em Navarra, Espanha. Era um menino piedoso e estudioso. Para se preparar melhor, foi estudar em Paris. Encontrou-se com Inácio de Loyola e, junto com outros companheiros, fundou a Companhia de Jesus. A esses primeiros missionários juntaram-se outros, que se espalharam pelo mundo para anunciar o Evangelho. Foi ordenado sacerdote em 1537 e enviado a evangelizar o Japão e a Índia. Percorreu grandes distâncias e falou do amor de Deus e do Reino, convertendo muitas pessoas e formando comunidades cristãs. Seu grande desejo era anunciar Jesus na China. Faleceu no ano de 1552, sem poder chegar a essa terra que tanto amava. É um exemplo de missionário, comparado a São Paulo por suas longas viagens apostólicas. O Papa Pio XI o proclamou, junto com Santa Teresinha, Padroeiro das Missões. Sua festa é celebrada todos os anos no dia 3 de dezembro.
Obviamente, cada fiel é protagonista e corresponsável na Igreja em difundir a mensagem do evangelho de Jesus Cristo. O Papa Bento XVI afirmava que o compromisso missionário da Igreja com a humanidade continua atual, ou seja, é necessário orientar e evangelizar as transformações culturais, sociais e éticas; e oferecer a salvação de Cristo ao homem do nosso tempo, em tantas partes do mundo humilhado e oprimido por causa de pobrezas endêmicas, de violência e de negação sistemática dos direitos humanos.
Concluindo, recordo que todos estão comprometidos, sem esquecer que o primeiro e prioritário contributo que somos chamados a oferecer à ação missionária da Igreja é a oração.
Por Dom Francisco Carlos Bach | Bispo da diocese de Joinville (SC)