Os agentes da Pastoral Carcerária (PCr) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) do Regional Sul 4 se reuniram no Centro Diocesano de Formação Dom José Jovêncio Balestieri, localizado em Rio do Oeste (SC), entre os dias 29 de setembro e 01 de outubro, para a realização da sua Assembleia Geral Ordinária. O encontro contou com a presença de representantes das dez dioceses de Santa Catarina.
O tema central de estudo abordado durante a assembleia foi “Tortura, violação de direitos, saúde mental e agenda nacional do desencadeamento”. A condução do estudo ficou a cargo da Coordenadora Nacional da PCr, Irmã Petra Silvia Pfaller, e do vice-coordenador nacional da PCr, Padre Almir José de Ramos.
Na abertura da assembleia, a coordenadora estadual da PCr, Irmã Vilma de Lima Costa, destacou a importância da pastoral carcerária, descrevendo-a como a realização do trabalho do Bom Pastor, Jesus Cristo, junto às pessoas encarceradas. Ela enfatizou que o Bom Pastor é aquele que está sempre presente, vivendo em função do rebanho e iluminando com esperança, ânimo e confiança.

Padre Almir José de Ramos contextualizou a situação do sistema carcerário nacional, salientando que o Brasil é o terceiro país que mais encarcera no mundo. Ele mencionou que a PCr e mais quarenta instituições do país assinaram uma proposta em busca de um mundo sem prisões. Atualmente, o Brasil possui cerca de um milhão de pessoas presas, afetando aproximadamente cinco milhões de familiares. Padre Almir também abordou a degradação do sistema prisional brasileiro, destacando que os agentes da PCr desempenham o papel de profetas que não apenas anunciam, mas também denunciam a injustiça.
Além disso, Padre Almir apresentou e discutiu as responsabilidades e deveres dos agentes da PCr, enfatizando que eles agem em nome da Igreja Católica.

Irmã Petra exibiu um vídeo institucional da PCr nacional que tratou da questão da “tortura estrutural” no sistema carcerário. Ela discutiu temas como a pena de fome, o jejum compulsório e outros problemas emergentes do cárcere. Irmã Petra enfatizou que, independentemente das condições materiais, a prisão tem um impacto negativo na saúde das pessoas. Ela também abordou a descriminalização das drogas, esclarecendo que isso não significa a legalização das mesmas.
Irmã Petra concluiu sua apresentação com a afirmação de que acreditar em um mundo sem prisões não é utópico, mas sim acreditar que a prisão tem o poder de transformar as pessoas.
A Assembleia da PCr não se limitou apenas à formação, incluindo também momentos de celebração com orações e celebrações eucarísticas, uma das quais foi presidida pelo bispo da Diocese de Rio do Sul, Dom Onécimo Alberton, na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora Consolata, em Rio do Oeste (SC). Durante o encontro, houve uma apresentação do jogral “Gritem ao mundo que Jesus Cristo está preso”, organizado por Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset, baseado no texto escrito pelo padre Valdir João Silveira, que foi Coordenador Nacional da Pastoral Carcerária.
Por fim, durante a Assembleia, foi aprovado o novo regimento para a Pastoral Carcerária do Estado de Santa Catarina.
Abaixo segue o Jogral – “Gritem ao mundo que Jesus Cristo está preso”.
Por Jaison Alves da Silva | Fotos cedidas pela organização.


