A missa do quarto dia da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na noite de sábado, 22, foi presidida pelo bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dom Ricardo Hoepers, e concelebrada por dom Dirceu de Oliveira Medeiros e dom Joel Portella Amado.
O tema “Sinodalidade” tem sido um dos principais assuntos discutidos na Igreja. Papa Francisco descreve como Sinodalidade o “caminhar juntos”. É o jeito “próprio” que se atribui a vida e a missão da Igreja, manifestando o modo de ser Povo de Deus que caminha junto e se reúne em comunidade, escutando o que o Espírito Santo está a dizer.
Sinodalidade é um modo de ser Igreja na qual todos são importantes, todos tem voz, todos são ouvidos. Trata-se de estar entre iguais, caminhar lado a lado para realizar a experiência de fé, vivendo os desafios que se apresentam no dia a dia.
Dom Ricardo Hoepers, em sua homilia, a partir do evangelho dos Discípulos de Emaús (Lc 24,13-35) apresenta três sinais de tristeza do ser humano que se afasta de Deus e deixa de ter compromisso com a fé. O primeiro é o afastamento da comunidade, o viver a fé sozinho: “bate uma tristeza no nosso coração” (cf. Lc 24,17). E acrescenta: “Os dois discípulos estavam caminhando para outro lado, não para a sua comunidade”. O segundo sentimento é a falta de comprometimento com o outro. “Quando nos afastamos da comunidade deixamos se sentir comprometidos com o outro, mas não é assim na vida cristã”. E o terceiro sentimento é o medo. “Os dois, não é que não tinham fé, mas estavam com medo. Aqui podemos dizer que estamos com os mesmos sentimentos dos discípulos, a vida nos leva ao individualismo e o ser humano perdeu seu valor. Monetizaram as pessoas, umas valem muito e outras não valem nada. O afastamento de Deus nos faz sentir medo do futuro”.
E acrescenta:
“A Igreja sinodal é a experiência de Emaus. Onde o mundo te chama para o individualismo, nós Igreja queremos testemunhar a comunhão. Onde o mundo nos mostra o desengajamento moral, queremos participar e nos colocamos a serviço. Quando o mundo diz desista de tudo, a Igreja diz: vamos em missão. E quando descobrimos isso é uma alegria enorme. Sentimos o coração bater mais forte” (cf. Lc 24,32-33). Façamos esse caminho sinodal, vamos juntos mostrar ao mundo que é possível construir a fraternidade e, acima de tudo, caminharmos com Cristo”.
Por CNBB Sul 4 | Foto: Jaison Alves da Silva


