Além das questões religiosas, o atual momento político fará parte das discussões. O destaque é o papel do cristão leigo na Igreja e na sociedade. (Foto: Marcelo Luiz Zapelini/Agência CNBB Sul 4)

“Temos motivos religiosos e éticos para cuidar do planeta. A Igreja deve ser uma das grandes estimuladores dessa luta de proteção ao meio ambiente”, disse o arcebispo emérito de São Paulo (SP) e presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, cardeal Cláudio Hummes, em entrevista coletiva à imprensa, nesta sexta-feira,8.

No terceiro dia da 54ª Assembleia Geral da CNBB, dom Cláudio apresentou aos jornalistas os desafios e metas da Ação Evangelização na Amazônia Legal.

De acordo com dom Hummes, “na Amazônia ainda vemos uma vida muita sacrificada. Por falta de missionários não conseguimos dar a atenção necessária aos povos que ali vivem. Por isso, temos necessidade de uma ‘Igreja com rosto Amazônica’, como nos pede o papa Francisco. Assim, devolver aos indígenas o protagonismo de sua cultura e fé”.

O Cardeal destacou ainda a problemática da pobreza crescente, que testemunhou em um giro pela região. A falta de condições mínimas de saúde e qualidade de vida no arquipélago de Marajo é uma das causas da exploração sexual de crianças e adolescentes.

As meninas  são obrigados pela família se protituirem em troca de alimentos e óleo diesel. “Não existe polícia que faça a vigilância e proteção dessas famílias. Outro crime intolerável é o abuso sexual de crianças. Não podemos permitir que isso continue sem punição”, alertou dom Cláudio”.

Sobre os resultados da 21ª Conferência do Clima (COP 21), realizado em Paris, o cardeal analisou não salvam o planeta, mas permite que ele ainda possa ser salvo. Pelo acordo, a emissão de gases de efeito estufa deverá ser reduzida para impedir o aumento da temperatura global em 2ºC.

Segundo dom Hummes, “o acordo conseguido na COP foi muito importante, também, para os trabalhos que estamos desenvolvendo na Amazônia. Esse século será decisivo para salvar o Planeta e a Igreja tem papel importante em todo esse processo”, afirmou.