Para estimular o avanço da Pastoral da Educação na região sul, a Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoveu encontro entre os regionais do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, encerrado dia 01 de agosto, depois de dois dias de discussões. Entre as pistas de ação aprovadas, estão a qualificação de agentes e a reorganização da Pastoral nos regionais e nas dioceses.
Os participantes afirmaram a necessidade de aproximação com o poder público com participação nas conferências de educação e diálogo com as secretarias de ensino para que a pastoral contribua com as políticas públicas para o setor. Também optaram em debater nos próximos meses a “escola em tempo integral”, que mantém os alunos todo o dia nas unidades educativas.
Algumas pistas de ação, para fortalecer a organização própria, foram citadas. Entre elas, formação para dos agentes da pastoral, estudo sobre os dados e estatísticas educacionais existentes pelas instâncias de coordenação, diálogo com párocos e a integração com a pastoral de conjunto, em especial às pastorais sociais.
Dom Júlio Endi Akamine, bispo auxiliar de São Paulo e referencial para a Pastoral da Educação na CNBB, ressaltou que o trabalho “não é simples tarefinha”, mas um “horizonte muito amplo”.
— Os desafios são enormes em que não pode haver proselitismo ou pensamento estreito. A preocupação é com o bem comum — afirmou.
De acordo com ele, o fato da pastoral não está organizada em todos os lugares ou não constar em planos de pastoral, são alguns desafios a serem superados. Ele também apontou como perigoso o chamado “laicismo”, que exclui as religiões do processo democrático, em oposição a laicidade estatal.
Dom Akamine apontou como “emergências educativas”, a discussão sobre a função da escola, que hoje “visa predominantemente a produção, competitividade e o mercado”, em detrimento a paz e a felicidade das pessoas.
O encontro também sugeriu temas às futuras Diretrizes Nacionais da Pastoral da Educação, como “Educação e antropologia integral” em oposição ao reducionismo, “família e antropologia integral” além dos posicionamentos em relação a escola em período integral, financiamento da educação, ensino religioso e obras filantrópicas.
O longo do encontro, 45 pessoas participaram, entre eles bispos referenciais e secretários executivos dos regionais da região sul, educadores e agentes de pastoral. Sem a pastoral organizada no regional e nas dioceses catarinenses, apenas Tubarão, Joaçaba e Florianópolis enviaram representantes, sete ao todo.