O dízimo como elemento de “conversão pastoral” é um pedido da Conferência de Aparecida. Nessa perspectiva, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil voltou à análise deste assunto na 54a. Assembleia Geral, em Aparecida, SP, que já havia iniciado ano passado.
Dom Wilson Tadeu Jönck, arcebispo de Florianópolis, revelou para a Agência Sul 4 de Notícias que a CNBB não pretende criar uma organização nacional, já que o dízimo é competência das igrejas locais. Porém, além da troca de experiências e sugestões dos Bispos, deverá haver um novo texto orientador.
— Nosso objetivo é que as reflexões que fizemos aqui, de que o sentir-se agradecido pelo que recebe de Deus, pelo que recebe da comunidade, avance mais, pois nem todos tem essa visão —, contou.
De acordo com dom Jönck, as reflexões apontadas pelo episcopado continuam indicando que o dízimo é uma forma de participação na comunidade, como os momentos de oração, dos eventos, festas e cursos.
— O dízimo não é uma taxa. Interessa que a pessoa participe, se sinta parte da comunidade e responsável por contribuir com sua manutenção. Por isso, na Igreja não se tem uma taxa, cada, conforme seu coração, sabe como contribuir —, ponderou o arcebispo.
Ele considera que visitas que a Pastoral do Dízimo faz às paróquias na Arquidiocese é um bom caminho para reforçar esta mentalidade de colaboração.
— É eficiente em um nível de princípio, precisa se solidificar um pouco mais —, analisou.
Até 2019, no Regional Sul 4 da CNBB (Santa Catarina) a Pastoral do Dízimo também estará em discussão, para que as iniciativas se tornem mais eficazes dentro da proposta em discussão em âmbito nacional.
Atualização
O arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Murilo Krieger, conduziu reflexão sobre o dízimo, no início da tarde desta sexta-feira, 8, durante a 54ª Assembleia Geral da entidade, que ocorre em Aparecida (SP).
Dom Murilo também preside a Comissão para o Dízimo, responsável por atualizar o documento publicado há quarenta anos.
As orientações pastorais, foram estruturadas em seis seções, tratando com especial atenção a relação do dízimo com a experiência de fé e da Pastoral do Dízimo com a Pastoral de Conjunto. Depois de exposta a reflexão, os bispos seguiram em grupos de trabalho por regionais para analisar e discutir o documento.