Dom Severino Clasen pediu que leigos e leiga sigam contribuindo como texto ao longo de 2015 (Foto: CNBB/Divulgação)

Dom Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal para o Laicato, tratou sobre o tema prioritário da Assembleia, “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade” na entrevista coletiva desta quinta-feira, 16, em Aparecida, SP. Explicou o processo de elaboração do texto de estudo 107 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que sofrerá emendas nesta 53ª Assembleia Geral para ser recolocado em análise e receber novas proposições até a 54ª, em 2016.

Dom Clasen acentuou diversas vezes a necessidade do “comprometimento dos leigos e das leigas” com a evangelização e a transformação da sociedade. Esse “trabalho é de todo mundo, em todas as profissões, de todos que professam a fé, seja qual for a área”. O texto dá ênfase a isto em diversos momentos, como explicou.

— Queremos que esse texto continue cavoucando mais, trazendo mais novidades, para que assim possamos caminhar para um mundo melhor, um mundo querido por Deus, um mundo que todos nós queremos: um mundo mais fraterno, de confiança, um mundo, quem sabe, onde possamos deixar as portas de nossas casas abertas porque nós podemos confiar —, ponderou.

O bispo catarinense disse que é preciso superar “uma igreja muito clericalista” e ao mesmo tempo os leigos devem “assumir um pouco mais o seu papel, a sua função e a sua missão”.

— Tanto os bispos como os padres precisam dar um passo de comprometer, de confiar, de soltar um pouco mais —, sugeriu.
Para ele, enquanto o trabalho é feito dentro das pastorais da Igreja, nos movimentos eclesiais e na vivência dos sacramentos há menos resistência, mas, “se queremos comprometer esses leigos na sociedade, aí parece que logo há uma rejeição: ‘Ah! Por que é da direita’, ‘porque é da esquerda’, ‘porque é comunista’. Já vem uma série de objeções”. Essa postura prejudica porque cria “certa timidez de anunciar o evangelho”.

Este silêncio não pode acontecer diante das injustiças, como o assassinato de cristãos no exterior, como no Paquistão e países do Oriente Médio e da África, como também não pode, em relação aos problemas brasileiros.

— Quem está envolvido nessas corrupções, e tudo, também não são cristãos? Quer dizer, é preciso repensar isso —, asseverou dom Clasen, ao acentuar que “essa consciência de qual é o papel do cristão leigo e leiga tanto no mundo, quanto na Igreja” precisa crescer.

A nova edição do texto de estudo deverá incluir mudanças sugeridas pelas dioceses, regionais, conselhos de leigos e outros grupos, aos quais o bispo declarou a gratidão da CNBB pela contribuição.