Objetivo é preservar seu valor patrimonial, monetário e, sobretudo, cultural, herança preciosa para as gerações futuras (Foto de arquivo da Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos)

O Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a Fundação Catarinense de Cultura (FCC), promovem o II Seminário de Conservação de Igrejas e Arte Sacra de Santa Catarina. O evento ocorrerá no dia 22 de outubro, das 8h às 18h, na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, no município de Porto Belo.

A programação desta edição visa garantir a segurança dos espaços, dos bens móveis e integrados, resguardando-os dos diversos fatores que concorrem para a deterioração, desvalorização, perda parcial ou total do riquíssimo patrimônio religioso.

Para dom João Francisco Salm, bispo de Tubarão e Presidente do Regional Sul 4, é uma alegria a realização deste seminário pela importância que é a preservação o patrimônio sacro para as futuras gerações.

— A Igreja Católica sempre reconheceu a expressão humana nos seus mais variados campos, como um sinal do Deus criador. De fato, criado à imagem e semelhança de Deus, o homem participa da obra da criação, criando obras que refletem a beleza divina — afirmou o dom Salm, em uma minuta de incentivo à participação da comunidade católica.

Interessados em participar devem enviar e-mail com nome, endereço, paróquia que representa, função na paróquia/profissão, telefone e e-mail para [email protected]. A primeira edição do Seminário foi realizada em outubro de 2014, na Igreja Matriz de São José, com a participação de cerca de 90 pessoas. A participação é gratuita.

Confira a minuta do Presidente do Regional na íntegra:

II Seminário de Conservação de Igrejas e Arte Sacra de Santa Catarina

Reconhecendo a importância do patrimônio sacro em Santa Catarina e o nosso dever de conservá-lo para as futuras gerações, a Igreja Católica em nosso Estado acolhe novamente, com muita alegria, a iniciativa da Fundação Catarinense de Cultura e juntas promovem o II Seminário de Conservação de Igrejas e Arte Sacra de Santa Catarina.

A Igreja Católica sempre reconheceu a expressão humana nos seus mais variados campos, como um sinal do Deus criador. De fato, criado à imagem e semelhança de Deus, o homem participa da obra da criação, criando obras que refletem a beleza divina.

Quando em união com Deus, o homem cria coisas belas. A arte a serviço da fé, quando expressa um mistério divino, acolhe o adjetivo “sacra” e/ou “religiosa”. É “religiosa” quando expressa uma experiência pessoal de oração e devoção. É “sacra” quando expressa um mistério que vai além da dimensão pessoal do artista e revela o mistério do Deus que assume nossa imagem.

No decorrer de sua longa história a Igreja promoveu a expressão artística dos mistérios de fé, pois reconheceu nela uma maneira ímpar de revelar a presença de Deus, transmitir sua mensagem e evangelizar o coração humano. Em nosso Estado não foi diferente e encontramos vários testemunhos da fé traduzida nas mais diversas expressões artísticas.

Hoje reconhecemos a importância de bem preservar esses testemunhos para que as futuras gerações também possam usufruir desse grande tesouro, nosso patrimônio sacro e religioso, seja ele material ou imaterial.

Temos diante de nós o grande desafio de preservar, não somente a matéria, mas o próprio espírito que dá sentido e a correta apropriação, compreensão e uso de todo esse patrimônio. Uma estátua, uma igreja e seus retábulos e altares, uma procissão, um sino e seus toques, uma música e seus instrumentos musicais encontram seu sentido pleno à medida que estão dentro do seu próprio contexto de fé que os criou e utilizou. Vemos diante de nós um campo enorme de estudo, reflexão e trabalho.

Que esse II Seminário, embora pequeno diante do imenso desafio nos ajude a avançar no caminho da boa preservação de nosso patrimônio. Façamos votos que outros Seminários aconteçam e que avancemos sempre no Caminho que nos faz ver e ser imagens do Criador.

Dom João Francisco Salm
Presidente do Regional Sul 4 da CNBB e bispo de Tubarão