Comunicadores de dioceses e movimentos relacionados com a Pascom em foto oficial (Foto: Pascom/Divulgação)

Para dom Irineu Roque Scherer, bispo referencial da Pastoral da Comunicação (Pascom) em Santa Catarina, a articulação dessa pastoral segue como um desafio. “Essa organização (da comunicação em todas as dioceses) é que eu desejo muito. Espero que este evento reanime as dioceses para uma prática de Pascom”, revelou durante o 2o Mutirão Regional de Comunicação (Muticom), em Florianópolis, dos dias 14 a 16 de novembro.

Dom Scherer também pontuou a necessidade de padres e agentes de comunicação distinguirem meio e mensagem.

— Por exemplo, há padre diz assim: “minha paróquia não tem Pascom porque não tem rádio”. Mas, comunicação envolve muito mais que isso, ou seja, formação de pessoas que saibam comunicar-se com qualidade na catequese, na liturgia, nos meios de comunicação, na vida do dia a dia, assim como, Jesus fazia comunicação andando de aldeia em aldeia, levando um conteúdo profundíssimo —, disse o referencial.

A resposta estes desafios foi dada pelos participantes em uma carta aprovada no encerramento. Eles tornaram públicos compromissos como: motivar a articulação da pastoral nas dioceses, paróquias e comunidades; construir um coletivo de jovens comunicadores e seguir oferecendo formação aos agentes da Pascom no Regional Sul 4.

Jesus Cristo como exemplo de comunicador foi lembrado em outros momentos. Na abertura, irmã Elide Maria Fogolari assessora da Comissão Episcopal para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou que é necessário “comunicar por nossas ações e nos meios de comunicação que Jesus é caminho, verdade e vida”. Ela voltou à questão ao apresentar, no dia seguinte, o Diretório de Comunicação da CNBB, aprovado na última assembleia geral dos bispos.

Participantes aprovaram o estudo do diretório. “Foi bem interessante para tirar nossas dúvidas e dar oportunidade para aprendermos mais sobre a comunicação. Eu gostei dessa proposta de fazer comunicação como Jesus”, avaliou Gabriel Pereira, membro da comunidade Divino Oleiro, de Governador Celso Ramos, SC.

O tema “Construindo em Comunidade a Cultura do Encontro”, norteou as oficinas de redação jornalística, fotografia, mídias sociais, rádio, organização de eventos, assessoria de comunicação, e comunicação aplicada a liturgia e catequese; e as discussões do mutirão.

O assunto foi apresentado pelo padre jesuita Atílio Hartmann. Ele afirmou que “só há comunidade cristã se há prática da cultura do encontro”. Na palestra, também garantiu que a comunicação na igreja precisa visar menos a quantidade e mais qualidade. Além de promover a interação autêntica entre as pessoas em contraponto à comunicação que promove o espetáculo e as relações descartáveis.

De acordo com a organização, mais de 80 pessoas das dioceses de Florianópolis, Joinville, Blumenau, Tubarão, Joaçaba e Criciúma participaram do mutirão.