Com o objetivo de refletir e implantar regionalmente uma atividade pastoral com os portadores do vírus HIV/AIDS, aconteceu no último final de semana, 19 e 20 de maio, em Palhoça (SC), o Seminário Regional da Pastoral da AIDS e Pastoral Carcerária. O evento contou com a participação de aproximadamente 40 pessoas e foi organizado pelos articuladores da Pastoral Carcerária com a colaboração das Pastorais Sociais do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O seminário foi pensado a partir do contato com a população carcerária e devido ao grande número de casos de infectados pelo vírus HIV/AIDS que se tem conhecimento no estado de Santa Catarina. O Plano Regional de Pastoral 2015/2019, elenca a Pastoral da AIDS, como prioridade, uma vez que Santa Catarina é um estado com iniciativas tímidas, havendo um início de caminhada apenas em uma paróquia da Diocese de Criciúma.

O primeiro caso de pessoa infectada pelo vírus HIV/AIDS no Brasil foi descoberto no ano de 1982 no estado de São Paulo. Na atualidade 36,7 milhões de pessoas são portadoras do vírus e desse total muitos ainda não tem conhecimento. A busca de recursos logo no início da doença traz a possibilidade de eficácia no tratamento. O grande desafio que se enfrenta é a falta de agilidade no que diz respeito à saúde por parte do poder público e a desinformação e preconceito por parte da população.

Segundo o médico infectologista Dr. Eduardo Campos de Oliveira, um dos palestrantes do seminário, é necessário reconhecer o grande avanço tecnológico alcançado especialmente nas últimas décadas que contribuiu para o controle de várias doenças. ‘No caso das doenças sexualmente transmissíveis, mais propriamente a AIDS, embora não haja a completa cura, consegue-se a estagnação da doença por meio do tratamento. O avanço permitiu o vírus ser trabalhado, não levando a pessoa a morte de forma letal, uma vez que é possível que a doença seja identificada e iniciado o tratamento” destacou.

Num contexto geral, as atividades da Pastoral da AIDS tratam de um trabalho de fronteira, onde o preconceito é ainda bastante presente. Como é uma realidade que fere a dignidade da pessoa humana, a Igreja deseja caminhar ao encontro de respostas a essa problemática. Além de palestras, dinâmicas de grupo e aprofundamentos sobre a temática, o seminário contou com partilha de atividades já existentes no Regional do trabalho realizado pela Pastoral da AIDS. Nos encaminhamentos finais foi enfatizado a necessidade de constituir grupos ligados a esse âmbito pastoral nas dez Dioceses catarinenses dando início a uma articulação estadual.

Com informações de Edimar Blaskowski, seminarista da Diocese de Caçador