O bispo coadjutor de Luziânia (GO), dom Waldemar Passini, apresentou à Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) os nove capítulos da exortação apostólica pós-sinodal do papa Francisco, Amoris Laetitia que, segundo ele, proporciona ampla reflexão sobre o amor, na segunda-feira, 11, em Aparecida, SP.
Dom Passini, destacou três aspectos para estimular a leitura do texto: a sinodalidade como caráter exemplar, a linguagem e a capacidade de interpelar, estimular e acompanhar.
Na entrevista coletiva, à tarde, o cardeal Raimundo Damasceno, explicou que os capítulos seis e oito tem propostas concretas do ponto de vista das perspectivas pastorais.
O capítulo seis reafirma o casamento como uma união indissolúvel entre homem e mulher e o considera como uma vocação, não uma aventura.
De acordo com o cardeal, o papa também reafirma a importância da capacitação da Pastoral Familiar para ajudar e aconselhar os casais em situação difícil e também aqueles que estão em especiais.
— Os separados não devem ser abandonados pela Igreja. Eles não estão excomungados —, destacou dom Damasceno.
Ainda os apontamentos dos cardeal a respeito da exortação apostólica, casamento de pessoas do mesmo sexo não é um sacramento na Igreja, mas não por isso as comunidades católicas podem discriminar ou excluir os homossexuais.
O capítulo oito aponta para a convite à misericórdia e ao discernimento. “As situações são muito diversas, então não há nenhum princípio geral no documento papal, por exemplo, para os casos de separação e de segunda união. Porque, cada caso é um caso. Por isso, é necessário o acompanhamento, a orientação espiritual, nos casos em que o padre ou agente da Pastoral Familiar vai encontrar na realidade de cada dia”, explicou.
As separações, podem ter responsabilidades diferentes, como por exemplo, há casos em que um cônjuge abandona o outro. Há os casais que buscam a nulidade matrimonial, mas não é possível do ponto de vista jurídico.
— O documento é muito aberto a estes casais em segunda união. Diz que eles não estão excomungados, excluídos da comunidade. Mas devem integrar-se —, explicou.
Dom Damasceno apontou que o documento valoriza duas palavras: integração e discernimento. Que significa, “não excluir as pessoas, mas construir pontes”.